quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

São gente pura!

Bem malta vou então explicar-vos melhor quem são os senhores da foto no post anterior.
O que está na torre não precisa de explicações e muito menos me apetece falar sobre ele hoje.
Quanto aos outros dois, pode-se dizer que fazem parte da pureza que ainda se pode encontrar. Numa sociedade como a nossa que se torna mais hipócrita e insensível a cada geração que passa (com algumas excepções), ainda se encontra muita gente de bem, que basta um pouco de conversa para sentir aquele respeito, que são puros no que dizem, no que fazem, que vivem o dia-a-dia sem necessidade de estereótipos, arrogâncias ou falsidades. (bom, contactam um pouco se virem as novelas da TVI).

Manel Mouco, é um entre tantos pastores da Serra da Estrela, profissão que exerce desde os primeiros tempos da sua vida. Manel como tantos outros, Mouco só como alguns, pois para conseguir ouvir um pouco tem de usar um aparelho auditivo. Não é que precise de muito, pelo menos enquanto exerce a sua função, embora valha a pena escutar todos os ruídos envolventes, alguns de uma classe que poucos se podem gabar de usufruir, como o vento da montanha, o cantar do rouxinol pela manhã, a àgua que corre na ribeira ou mesmo o berrar das suas cabras, que traz contadas sempre debaixo de olho, com a ajuda do inevitável Piloto. Tem sempre um calendário da Serra pronto para cada turista que se aproxime, sabe que restaurante deve recomendar, conhece a àrea como ninguém... devo confessar que ele não sabe mas além de pastor é um excelente marketer e relações públicas, mas ele vive num mundo à parte, onde este tipo de habilitações ainda são adquiridas na escola da vida.

O Ti Atónio, (não sei porquê não me parece muita coincidência ter um Manuel e um António), vive com a sua esposa numa casa do século XVIII que pertencia a um padre da aldeia. Apetrechada com a verdadeira adega e lagar, assim como todo um conjunto de alfaias agrícolas, a sua casa é refúgio de fim de semana quando os filhos o visitam, mas principalmente é a base do seu centro de lavoura. O Ti Atónio produz todo o tipo de legumes e frutas, dependendo da época, sem aditivos ou produções em massa, onde o sabor final ainda é previligiado. Mas o que mais me encantou foi a “pomada” que ele produzia. Falo do vinho claro, mas em especial do vinho do porto. O Ti Atónio, já não é tão grande comercial como o Manel, mas também com um vinho do porto caseiro daqueles quem precisa de palavras?? Pois é, tive de trazer um garrafãozinho até Aveiro, com a garantia que não se estragaria... sinceramente com os ratos que lá há por casa, e por aqueles que vão aparecendo, o Ti Atónio pode ficar descansado que ele não chega a ganhar depósito. Além disso, enquanto a placa magnífica lá estiver, poderei sempre renovar o stock.

2 comentários:

Anónimo disse...

N bebas td ate eu ir aparecendo!

Anónimo disse...

Gente pura,sem maquilhagens sociais. Gente que ainda encontra alegria nas "pequenas" coisas da vida tal como tu. Parabéns pelo blog.