domingo, 12 de outubro de 2008

Entre a ribeira do Porto e o cais de Gaia

A minha ausência no mês de Setembro diz tudo. Infelizmente, o tempo para me dedicar à minha “second life”, mas esta bem real (não confundir com ambientes virtuais), tem sido bastante escasso, ou mesmo nulo. Mesmo assim arranjei um tempinho para dar umas saltitadas pelo nosso país, agora que estou numa de Portugal. Neste post falo-vos de um sítio que no mínimo considero místico. Um sítio, em que a obra da natureza e do homem se confundem na paisagem, criando em uníssono mil e uma imagens dignas de centenas de quadros, fotografias, postais ou apenas memórias visuais, pois quem vê nunca esquece. Falo-vos da foz do rio Douro, onde a ribeira do Porto e o cais de Gaia se defrontam frente a frente e em que as ligações se ficam pelas pontes... E que pontes!!!







Neste momento são seis pontes, cada uma com o seu estilo e próprias da sua época. Sem querer tirar a virtude das pontes mais modernas, que embora de beleza diferente são excelentes obras de engenharia vou-me focar nas mais antigas e de construcção metálica, a ponte de D. Maria e a de D. Luiz I. A primeira já sem circulação, é uma divulgação das muitas obras do Eng. Gustavo Eiffel e a segunda, onde o tabuleiro superior foi ocupada pelo metro de superfície e o inferior serve para a circulação rodoviária é uma obra com anteprojecto do Eng. João Joaquim de Matos. Agora que a circulação sobre o rio está definida, está na altura de navegar no rio propriamente dito. E que melhor manifestação das velhas oficinas do Porto do que um belo barco rebelo? Belo pela sua forma e elegância, mas não menos belo pelo trabalho que ao longo dos séculos abraçou, trazendo o suco doce e jovem do nosso tão querido vinho do Porto, amado e apreciado além fronteiras, rio abaixo até aos armazéns de Gaia, onde depois o tempo trata de amadurecer e envelhecer, até chegar ao nosso cálice. “Á nossa”, digo eu em português, “Keep Peace”responde-me o Arto em suposto finlandês...






Sentado numa esplanada do lado de Gaia, é espantoso como a cidade do Porto se apresenta. Mas hoje para além das pontes, dos barcos rebelos e da cidade, milhares de pessoas descem às margens para ver aviões...é o Red Bull Air Race no seu melhor, e sem dúvida não é o Douro que tem de se sentir orgulhoso por um evento assim, mas sim o evento que se deve orgulhar por poder passar por um sítio tão especial.






O último avião já passou, a multidão já se foi, mas felizmente todo o resto fica. E num excelente dia de sol como este nada melhor que dizer á boa maneira do norte ...”Mais um fininho ser faz favor”.
Não quero mesmo sair daqui, dá vontade de ficar e ficar...ainda bem que vim de comboio!