quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mealhada - Na rota das maravilhas

Para regressar em força, vou falar de uma saltitada daquelas com bastante qualidade, daquelas que por vezes estão ali ao lado e não damos tanto valor por isso. Passei um dia no concelho da Mealhada. À vossa cabeça salta imediatamente o nome de leitão. Mas vamos deixar a guloseima para o fim do dia que ainda agora são 9h da matina. E que melhor forma de passar uma bela manhã de Outono, senão com um passeio pela serra do Buçaco. Uma serra com muita história e com muitas histórias, com lugares e sensações únicas. Para começar uma visita a um lugar que nasceu devido a uma grande história. Falo do Museu Militar que nasceu devido à batalha que aqui se deu lugar em 1810, entre as tropas de resistência anglo-lusas comandadas pelo Duque de Wellington e as tropas francesas comandadas por André Massena, o general que liderou as tropas de Napoleão durante a invasão ibérica. Pelos vistos os ingleses, povo com que mantemos o mais antigo tratado denominado por Windsor datado em 1310, unidos à raça lusa levaram a melhor e felizmente hoje em dia não estamos todos a falar francês, o que seria óptimo para algumas mentes brilhantes, mas não é essa discussão que aqui está em causa.
Depois das lembranças de guerra, a visita a um lugar de paz, a um lugar sagrado. O Convento de Santa Cruz do Buçaco, casa dos frades da Ordem dos Carmelitas Descalços que habitavam esta zona e foram os criadores das várias ermidas que se encontram espalhadas pela mata, assim como a Via Sacra, considerado por muitos por uma das mais verdadeiras e semelhantes com a original. De admirar os painéis de azulejo exterior e as várias decorações interiores feitas em cortiça, assim como a pequena igreja, lugar de culto e de promessas.
E como para passear é preciso energia, a primeira paragem será na sala de estar e jantar do Palácio Hotel do Buçaco. O conjunto do palácio de fachadas únicas, situado em plena Mata Nacional, rodeado por um belo parque e jardim coloca este sítio como referencia no mapa, um pequeno tesouro escondido e oculto nesta serra cheia de surpresas.











Um sítio perfeito para desabrochar a parte mais romântica vinda bem de dentro, um sítio que nos faz rever amores, que nos faz amar, e pensar nos próximos amores que virão. Por dentro do palácio podemos admirar obras de arte diversas, a maior parte delas alusivas aos descobrimentos e a certos episódios da grande epopeia portuguesa “Os Lusíadas”. Depois de um café adoçado com um doce regional chegou a hora do passeio pela mata com a visita obrigatória às Ermidas e a uma parte da Via Sacra (porque por agora ainda não é tempo de carregar com nenhuma cruz) e claro como não podia deixar de ser, ao Vale dos Fetos. Tenho que dizer que sempre que venho a esta serra e passeio por aqui sinto-me distante e tão perto, sinto-me rei e membro do povo, sinto-me presa e predador, sinto-me pré-histórico e homem do futuro, confundido neste vasto conjunto de vegetação única que me envolve a cada passo, a cada respiro. E em que paz eu me encontrava...sim, encontrava, pois chegou uma excursão de uma junta qualquer de um município mais para o interior..acho que chegou a hora de ir ao almocinho. Serra abaixo chego ao Luso. Entre as termas, um jardim e uma vista para o Lago, aqui está uma bela maneira de começar a tarde. A estadia seguiu com uma visita às termas e à fábrica de águas.











Mas isto de muita água dá-me sede, por isso e de regresso à Mealhada vou de visita às Caves Messias, com a oportunidade de prova de alguns dos seus espumantes e visita guiada ao seu processo de fabrico e armazenamento, assim como à parte de vinhos. Ai, depois de sentir tanta coisa na mata...agora sinto-me em casa!
E já que estamos numa de vinho, nada melhor que um passeio pelas vinhas parar o carro num monte, olhar em nosso redor e usufruir do pôr do sol. A hora da janta aproxima-se e claro, está na hora de pôr em prática o primeiro pensamento e comer um bom leitão, sem deixar de provar o arroz de cavidela de leitão e claro o pão da região regado por um bom vinho ou espumante da Bairrada.





E assim se passa um dia cheio de diferentes sabores e sensações, sem ter que viajar muito e aproveitar o que a nossa terra tem de melhor. A Câmara Municipal criou uma iniciativa para promover o que melhor tem a região e denominou-as por “As Quatro Maravilhas da Bairrada”, e são elas a àgua, o pão, o vinho e o leitão.
Eu posso dizer que passei um dia de maravilha, sem ter deixado de estar e usufruir das 4 maravilhas... assim como mais algumas.

1 comentário:

Anónimo disse...

E o ke se bebe á refeição? Água não, Água não!
E se for para acompanhar um bom leitão? Água não, Água não!