segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Valle Sagrado dos Incas

Vamos a caminho do Valle Sagrado dos Incas. Saindo de Cuzco subimos num misto de caracol em curva e contra curva, atravessando a primeira vaga de montanha...primeira descida e primeiro impacto... seja de que relegião for, seja de que nacionalidade for, qualquer pessoa chamaria de sagrado a este vale que me começa a encantar.
Verdadeiras fortalezas e cidades sempre com bases nas crenças incas surgem de quando em vez em complemento desta vista magnífica de vales e montanhas que a natureza se ocupou de nos criar e que neste momento me permite deliciar. Lugar privilegiado para vários tipos de cultura, tem condições geográficas e climáticas para ser considerado um belo cantinho do céu.
Quando Manco Cápac e Mama Ocllo, os filhos do Sol e da Lua encontraram este local enfiaram o cajado na terra e ele desapareceu, descobriram que estavam no sítio correcto para construir o seu império. Por mim, acho que não necessitaria do cajado...quem não gostaría de construir o seu império aqui.
Ao longo do trajecto, surge o rio Huatanay que desliza ao longo do vale e vai dando o ar da sua graça.






Em Pisac visitamos as ruínas. Enormes terraças agrícolas e longos caminhos Incas caracterizam estas ruínas, considerada uma das mais importantes. Do topo das ruínas conseguimos obter uma vista fantástica pelo vale. Aproveitamos para caminhar um pouco pelo caminhos Incas e disfrutar da paz e harmonia que este lugar tão singular nos oferece. Ainda se encontram algumas casas características da civilização Inca, construídas em pedra e mais recentemente em adobe e com o telhado em palha.
Como num top ten e saltando directamente para o considerado número 1, chegamos a Ollantaytambo.












Aqui as ruínas confundem-se com a cidade e é dos sítios onde a população local tenta preservar as tradições e preservar as suas raízes. Subo as ruínas desta enorme fortaleza que foi testemunha da maior vitória sobre os espanhóis. Sinto que, como português, este episódio da história e esta sensação não me é estranha de todo. Construído de pedras gigantes que foram transportadas até aqui desde umas montanhas adjacentes, pela força dos homens e usando a táctica da rampa para poder escalar até aqui ao topo donde me encontro. Deste preciso lugar observo também o caminho Inca que nos leva até Machu Picchu. Infelizmente não consegui vaga, pois o percurso é limitado, para poder percorrer este trilho que demoraria 4 dias até a jóia da coroa.
Mas se não é a pé poucas alternativas nos restam. Aqui encontra-se a penúltima estação de comboio antes da derradeira em Águas Calientes, paragem obrigatória antes da subida à cidade perdida.




Para que não me interpretem mal, paragem obrigatória porque não há realmente alternativa. Aqui existe a linha de comboio, hostels, restaurantes, mercearias, lojas de turismo e mercados onde abundam as lembranças, souvenirs ou recuerdos se preferirem. Sente-se já a aglomeração da selva e a paisagem verdejante é replecta de vegetação.



É impressionante como as coisas funcionam organizadamente em plena desorganização. Passo a explicar...quando compramos os bilhetes de ingresso não foi possível obter todos de uma vez. “Não se preocupem em Águas Calientes estará alguém entre as 7h e as 8h que vos dará o resto” dizia o Sr. Roque com quem tratamos das burocracias. Desconfiámos..mas na boa fé dos Incas arriscámos. Chegados ao hostel a primeira surpresa, depois de passar um grupo de pessoal que esperava por ter um quarto, a senhora da recepção, sem nada que prove, diz que está a nossa espera. Faltavam os bilhetes mas pelo menos alojamento já tínhamos. No átrio do hotel pergunto se alguém conhece Cosme Cuba, a pessoa que supostamente teria os meus bilhetes. De imediato entram em contacto e passado 10 min estavam a chamar por nós. “onde estão os bilhetes?”, pergunto “Não os tenho mas vou-vos levar a aguém que os tem!” Incrível! Uma rapariga finalmente nos entrega os bilhetes de ingresso. Mas, esperem! Que o do comboio para regressar teríamos que ir a um restaurante no dia a seguir entre as 15h e as 16h e lá estariam os nossos bilhetes.



No final tudo correu bem, e depois de um bife de Alpaca e uma Cuzquenha (cerveja peruana) está na hora do recolher. São 00h e o alarme está preparado para as 03h! Mais uma sesta, e em breve temos o grande dia!

2 comentários:

eskilo disse...

Também gosto de sestas, mas os grandes dias são sempre os mesmos...a trabalhar!!
Abraço!!

joaozinhu das vespas disse...

ratao saltitas, faz ai uma actualização para a malta...