quarta-feira, 25 de junho de 2008

Juhannus, o maior dia da minha vida

Juhannus é o nome usado na Finlândia para o dia do solstício do Verão, que aqui é comemorado intensamente, onde inclusivé é feriado. O nome deriva do dia comemorativo de João Baptista, que baptizou Jesus Cristo nas àguas do Jordão. Além de ser o maior dia do ano, e literalmente o maior que vivi até hoje, é também usado para o festejo do Verão, onde grupos de famílias e amigos se juntam e viajam em especial para a região dos lagos, para o meio da natureza, onde este dia toma um sabor mais especial. É usual fazerem-se enormes fogueiras e claro como qualquer festa, a comida e bebida vem sempre associada. Ter uma segunda casa é habitual numa família média finlandesa, os chamados “summer cottages”, a maior parte deles situados na margem de um lago. É aí que geralmente este fim de semana especial é passado. As cidades tornam-se desertas, e as pessoas rezam para que o céu esteja limpo nessa noite. Na parte mais sul, o sol ainda se põe durante uma hora, mas a noite nunca chega. Na parte mais norte o sol nunca se chega a pôr. É assim que tenho vivido estes últimos meses, em permanente dia. Custou um pouco a habituar, além de que no meu estúdio nem cortinas havia, já para não falar nas persianas. Nos primeiros dias cheguei quase a ponto de desespero de procura de escuridão, onde chegaram a passar ideias de dormir por exemplo fechado na casa de banho. O corpo sente que alguma coisa está de errado, e comporta-se de maneira estranha. Se o céu estiver limpo, facilmente perco a noção de que horas são. Começo a acreditar que podemos adquirir energia dos astros, em especial do sol, pois com a média de horas que tenho dormido nestes últimos tempos, em qualquer outro sítio já estaria no mínimo “zombie”, não afectando isso a actividade diária intensa, tanto a nível profissional como pessoal. Torna-se especial, levantar-se a meio da “noite” e espreitar pela janela, onde o sol já brilha bem lá no alto.

A maior escuridão que se consegue obter



1h07 da matina???



O Niko, colega de trabalho que ao longo dos tempos se tornou num verdadeiro amigo, convidou-me para passar este dia seguindo as regras finlandesas, e estar em família neste dia que não tem fim. Pois foi assim mesmo que me senti e fui recebido, em verdadeira família. A casa de Verão fica nos arredores de Jämsä, uma pequena cidade que fica na parte central da Finlândia. No meio da comemoração, passei dos dias com maior tranquilidade de sempre. A casa é lindíssima, toda construída em madeira como mandam as regras e com as varandas vem na direcção de um dos milhares de lagos que por aqui abundam. A decoração é bem pensada, e cria um ambiente de relax e harmonia, bem em sintonia com a natureza que a envolve. Além do tradicional churrasco, não faltou a típica sauna com direito a mergulho no lago (esta parte é sempre feita como a nossa mãe nos colocou no mundo), um passeio de barco, uns passeios a pé, conversas entre linhas e até uns lançamentos de cana para ver se havia quem picasse. O meu quarto situava-se numa pequena casa ainda mais próximo do rio, onde estava também a sauna. Que dia mais maravilhoso para relembrar, ou talvez repetir, pois a cada semana que passa me sinto mais em casa e me identifico mais com tudo o que me rodeia.
















Mas, depois de tanta tranquilidade, estava na hora de um pouco de agitação. Nada melhor que uma ida a um dos muitos festivais que neste fim de semana acontecem um pouco por todo o país. O escolhido foi o Himos Festival. Embora a proximidade tenha influenciado na escolha, também o facto de ser dos poucos festivais que são para maiores de 18 foi revelante, o que leva a ser dos mais tradicionais e dos mais frequentados pelos chamados “animais de festival”. O ambiente é fantástico, a comida da melhor que alguma vez encontrei para eventos deste tipo, e claro muito rock, pois a Finlândia continua a ser dos países que mais segue este culto. O mais estranho é nunca ser de noite, ou seja, um festival onde a última banda acaba às 3h da manhã, ser realizado com luz do dia, praticamente por inteiro. Acabou....está de manhã? O sol está a pôr-se ou a levantar-se?? São 12h, 3h, 6h??? Já não bastava a confusão que estes dias costumam trazer, agora também temos a natureza a pregar partidas!















Por falar nisso, o sol brilha na janela...mas que horas serão???

3 comentários:

Anónimo disse...

se fosses apanhar caramelos com os joelhos é que era!
deixa esse pais chato e sem naite!anda ca para este pais, anda!vem-t! ainda ca ficaram uns meninos(que pegam no menino de coro !)que te ensinam o que é andamento!...dia e noite...noite e dia...aqui é a escolha rapaz! e se o teu problema é lagos, rios, mar, casinhas em madeira..tudo po menino...nos arranjamos tudo...ja temos o IKEA tambem!!so pagas as despesas de transporte, maiii nadaa!
ganha juizo e volta...seu saca-rolhas sem vinho!aqui é que se fazem os homens..no meio do nada a tentar fazer tudo!!
xutos e pontapés pah!
ha ja agora sou o...nuninho!

Anónimo disse...

Não voltes pa gajos ke se chamam nuninho!!É melhor ver gajos de crista colorida

Anónimo disse...

Finalmente sim senhor, estou a ver o penteado no nosso amigo Niko!!! Muito bem, ve la se antes de te ir embora fazes uma festa de despedida e convidas a todos...como sempre la estarei no dia seguinte para te acordar para o almoço, :-)
De volta a Portugal, so te tenho a dizer que até as sardinhas andam secas. Eu para me vingar tenho enfardado pao alentejano com manteiga e outras iguarias. Feita garganeira enchi o frigorico e nem ca vou estar,
Quando voltar a Tampere vou levar uns meses a perder a "bagagem".

Beijos,
Elsa